O Curso de Engenharia de Computação do ITA foi criado pela Portaria No. 041/GM3, de 17 de janeiro de 1989. Desde sua criação, as transformações no cenário tecnológico vêm requerendo, cada vez mais, o domínio de conhecimentos novos em computação com grande impacto nas habi- lidades requeridas na formação do engenheiro e seu perfil. Nota-se que, nos últimos anos, os pro- fissionais egressos do curso são grandemente valorizados no mercado de trabalho, por um lado devido a demanda natural do mercado aquecido nesta área, e por outro lado, pela excelência de seus alunos. O Projeto Pedagógico do curso de Engenharia de Computação do ITA segue uma política educa- cional estabelecida pela Congregação do ITA que, resumidamente, objetiva uma sólida formação técnica, a formação cívica, ética e social, bem como uma formação / educação extracurricular diversificada. O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) do ITA, disponível no site http://www.ita.br/pdi contém um capítulo dedicado ao Projeto Pedagógico Institucional onde se insere um capítulo dedicado a Graduação. Encontram-se ali, definições de aproveitamento escolar e frequência que dizem respeito a todos os cursos do ITA e, portanto, seguido pelo curso de Engenharia de Computação. O Projeto Pedagógico do curso de Engenharia de Computação do ITA:
Nas próximas 4 subseções apresentam-se na seguinte sequência: o Perfil geral e específico do Engenheiro de Computação do ITA, a Estrutura atual do curso, a Matriz curricular e Diretrizes da Proposta pedagógica. diretrizes apontadas pela Resolução CNE/CES 136/2012, específicas para os cursos de graduação
Dentro da grande área das Engenharias, o ITA forma engenheiros e engenheiras de Computação. O currículo, a organização acadêmica e o ambiente no qual vivem o aluno e os professores devem ser orientados pela missão básica e histórica de formar engenheiros competentes e cidadãos conscientes, segundo a concepção do fundador do ITA, o Marechal Casimiro Montenegro Filho.
O Curso de Graduação em Engenharia de Computação do ITA deve objetivar a formação de um engenheiro que tenha:
Dos egressos do curso espera-se ainda que sejam capazes de agir de forma reflexiva na construção de sistemas de computação, compreendendo o seu impacto direto ou indireto sobre as pessoas e a sociedade; que entendam o contexto social no qual a Engenharia é praticada, bem como os efeitos dos projetos de Engenharia na sociedade; que considerem os aspectos econômicos, financeiros, de gestão e de qualidade, associados a novos produtos e organizações e por último, que considerem fundamentais a inovação e a criatividade e compreendam as perspectivas de negócios e oportunidades relevantes.
Em relação as habilidades gerais o curso de Engenharia de Computação do ITA segue as indicações da resolução CNE/CES 11/2002 do Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior com recomendações para Engenharia de modo geral, todavia o curso também atende as diretrizes apontadas pela Resolução CNE/CES 136/2012, específicas para os cursos de graduação em Computação e diretrizes ainda mais específicas para bacharelado em Engenharia de Computa-ção. Assim, a lista de competências promovidas pelo curso é extensa:
O curso tem regime seriado e semestral, com integralização em dez semestres. O sistema de cré- ditos não é utilizado, embora equivalências curriculares – especialmente para alunos que cursam disciplinas no exterior em programas de intercâmbio acadêmico apoiados pelo ITA – sejam consideradas. A política de reestruturação em vigor (detalhada na Seção 4 deste documento) busca reforçar uma formação contextualizada de Engenharia, com uma tendência crescente de flexibilização do currículo ao longo do curso.
Atualmente, todos os alunos do ITA cursam as mesmas disciplinas nos quatro primeiros semestres, denominado Curso Fundamental. No quinto semestre, os alunos do curso de Engenharia de Com- putação passam a cumprir um currículo diferenciado. O mesmo ocorre com os alunos dos demais cursos de Engenharia do ITA. Os três últimos anos, denominados Curso Profissional, definem o perfil profissional específico em Engenharia de Computação. Disciplinas obrigatórias estão defi- nidas para esses três anos do Curso Profissional. No 30 ano profissional (50 e último ano do curso), os alunos devem realizar o estágio e o Trabalho de Graduação (TG). Existe também uma carga de disciplinas eletivas, as quais são escolhidas livremente pelos alunos, possibilitando que os alunos tenham uma especialização nas áreas da Computação ou outras áreas correlatas. Estágio e atividades complementares também fazem parte da formação do aluno.
Sendo um sistema computacional composto dos subsistemas de hardware e de software, a forma- ção básica e generalista em Computação, comum a todos os alunos, engloba conhecimento apro- fundado sobre Eletrônica e Tecnologia da Informação. Os conteúdos apontados pela Resolução CNE/CES 136/2012 como comuns a cursos de Graduação em Computação contemplados neste Curso são: sistemas operacionais; compiladores; engenharia de software; interação humano-computador; redes de computadores; sistemas de tempo real; inte- ligência artificial e computacional; processamento de imagens; computação gráfica; banco de dados; dependabilidade; segurança; multimídia; sistemas embarcados; processamento paralelo; pro- cessamento distribuído; robótica; realidade virtual; automação; novos paradigmas de computação; matemática discreta; estruturas algébricas; matemática do contínuo [cálculo, álgebra linear, equações diferenciais, geometria analítica; matemática aplicada (séries, transformadas), cálculo numé- rico]; teoria dos grafos; análise combinatória; probabilidade e estatística; pesquisa operacional e otimização; teoria da computação; lógica; algoritmos e complexidade; linguagens formais e autô- matos; abstração e estruturas de dados; fundamentos de linguagens (sintaxe, semântica e modelos); programação; modelagem computacional; métodos formais; análise, especificação, verificação e testes de sistemas; circuitos digitais; arquitetura e organização de computadores; avaliação de de- sempenho; ética e legislação; empreendedorismo; computação e sociedade; filosofia; metodologia cientifica; meio ambiente; fundamentos de administração; fundamentos de economia.
Além disso, o curso abrange os conteúdos específicos de Engenharia da Computação apontados pela mesma Resolução, qual sejam: projeto de sistemas digitais; projeto de circuitos integrados; microeletrônica; processamento digital de sinais; comunicação de dados; sistemas de controle; automação de projeto; transdutores; teoria dos semicondutores; teoria eletromagnética; eletrônica digital; eletrônica analógica; circuitos elétricos; eletricidade; física.
A estrutura curricular do Curso de Engenharia de Computação é apresentada a seguir. Cada disci- plina é seguida de uma sequência de 4 números indicando o número de aulas semanais, da seguinte forma: (teoria) - (exercícios) - (laboratório) - (estudo não supervisionado). Maiores detalhes sobre o currículo (incluindo as ementas detalhadas) são publicados anualmente no Catálogo de Graduação do ITA, que descreve a implementação curricular aprovada pela Congregação do Instituto para o ano em pauta. Como detalhado abaixo, o aluno tem ainda a possibilidade de escolher disci- plinas eletivas oferecidas pelo ITA, dependendo da aprovação da Coordenação do Curso de Enge- nharia de Computação.
Uma vez que o Curso de Engenharia de Computação do ITA engloba conhecimento aprofundado sobre eletrônica e tecnologia da informação, a responsabilidade por sua gestão fica dividida entre a Divisão de Engenharia Eletrônica e a de Ciência da Computação deste Instituto. Há ainda a participação de outras Divisões do ITA, especificamente em disciplinas e projetos que envolvem a formação interdisciplinar necessária para o perfil desejado.
O elenco de disciplinas curriculares eletivas do curso é constituído por disciplinas de graduação em Ciência da Computação e pós-graduação em Engenharia Eletrônica e Computação. As disciplinas oferecidas por outros Cursos do ITA compõem o elenco complementar de disciplinas eleti- vas. Disciplinas de pós-graduação também fazem parte do elenco de disciplinas curriculares eletivas, baseado no fato de que, ao final do 2º ano profissional, o aluno já tem os fundamentos neces- sários para cursar um grande elenco dessas disciplinas. O aluno que desejar cursar disciplinas de pós-graduação como disciplinas eletivas, pode ir um passo adiante e formalizar um início antecipado do seu programa de pós-graduação.
A aprovação do conjunto de disciplinas eletivas, que fará parte do currículo escolar do aluno, é responsabilidade do coordenador do Curso. A aprovação se dará em função da coerência do con- junto de disciplinas, do TG e do perfil específico de engenheiro desejado pelo aluno, que deverá ser sempre compatível com a sua formação em Engenharia de Computação.
A carga horária do curso é cumprida pelos alunos bolsistas de tempo integral em 10 semestres compostos por dois bimestres de 8 semanas letivas (por bimestre). Entre dois bimestres de um mesmo semestre há uma semana de recuperação. Ao final de cada semestre há duas semanas de exames.
A estrutura curricular atual, comparativamente a currículos de anos anteriores, sinaliza uma maior flexibilização da formação ao longo dos anos do curso profissional. Há uma concentração de disciplinas fundamentais de Eletrônica e Computação no primeiro ano. A partir do segundo ano, as disciplinas são majoritariamente de Ciência da Computação, e têm um caráter mais aplicado. No terceiro ano, predominam disciplinas de formação geral e que favorecem a identificação da Engenharia de modo contextualizado na sociedade. A médio prazo, a estrutura curricular deve concentrar a formação profissional no primeiro ano, a formação específica em ênfases no segundo ano, e a integração das disciplinas do terceiro ano a um trabalho e graduação (TG) que contemple o impacto da Engenharia em todos as suas dimensões sociais e técnicas.
O currículo revisado é publicado anualmente no catálogo de curso, disponível no site do ITA http://www.ita.br/grad/catalogo. As cargas horárias informadas na frente do nome da disciplina referem-se a:
A edição de 2017 informa o seguinte Currículo Aprovado:
Além do currículo abaixo, os alunos da classe 2019 deverão cursar com aproveitamento disciplinas eletivas totalizando um mínimo de 144 horas-aula (9 horas-aula semanais), que poderão ser cursadas a partir do 1° ano profissional, nos cursos de Graduação ou Pós-Graduação. A matrícula em eletivas está condicionada à disponibilidade de vagas, a haver cursado os pré-requisitos, e à aprovação da Coordenação do Curso.
CES-22 - Programação Orientada a Objetos. Horas semanais: 3-0-2-5.
CES-12 - Algoritmos e Estrutura de Dados II. Horas semanais: 3-0-1-5.
CTC-21 - Lógica Matemática e Estruturas Discretas. Horas semanais: 2-0-1-3.
EEA-21 - Circuitos Digitais. Horas semanais: 4-0-2-4.
ELE-52 - Circuitos Eletrônicos I. Horas semanais: 2-0-2-4.
EES-10 - Sistemas de Controle I. Horas semanais: 4-0-1-5.
Total de horas semanais: 18 + 0 + 9 = 27
CES-28 - Fundamentos de Engenharia de Software. Horas semanais: 3-0-2-5.
CTC-34 - Automata e Linguagens Formais. Horas semanais: 2-0-1-4.
EEA-25 - Sistemas Digitais Programáveis. Horas semanais: 3-0-2-4.
EES-20 - Sistemas de Controle II. Horas semanais: 4-0-1-6.
ELE-32 - Introdução a Comunicações. Horas semanais: 4-0-1-4.
ELE-53 - Circuitos Eletrônicos II. Horas semanais: 3-0-2-4.
Total de horas semanais: 19 + 0 + 9 = 28
CES-25 - Arquiteturas para Alto Desempenho. Horas semanais: 3-0-0-4.
CES-33 - Sistemas Operacionais. Horas semanais: 3-0-1-5.
CCI-36 - Fundamentos de Computação Gráfica. Horas semanais: 2-0-1-4.
CES-29 - Engenharia de Software. Horas semanais: 4-0-1-5.
CES-41 - Compiladores. Horas semanais: 3-0-2-5.
EEA-27 - Microcontroladores e Sistemas Embarcados. Horas semanais: 2-0-2-4.
Total de horas semanais: 17 + 0 + 7 = 24
CES-27 - Processamento Distribuído. Horas semanais: 2-0-1-4.
CES-35 - Redes de Computadores e Internet. Horas semanais: 3-0-1-5.
CES-30 - Técnicas de Banco de Dados. Horas semanais: 3-0-1-4.
CTC-17 - Inteligência Artificial. Horas semanais: 2-0-2-4.
Total de horas semanais: 10 + 0 + 5 = 15
O aluno deverá realizar, neste período, um Estágio Curricular Supervisionado, de acordo com as normas reguladoras próprias. A carga horária mínima de estágio é 160 horas, as quais deverão ser integralizadas obrigatoriamente até o início do último semestre do curso. Além disso, o aluno deverá comprovar, ao longo do curso, mais 265 horas adicionais de estágio ou atividades complementares, aprovadas pelo Conselho de Curso e definidas de acordo com normas reguladoras próprias, contabilizadas até o final da quarta semana de aulas do último semestre do curso. As atividades complementares incluem: iniciação científica, disciplinas eletivas (além da carga exigida no curso Profissional), monitoria em disciplinas, e outras atividades de formação. Para comprovar o desenvolvimento das atividades complementares, deve-se encaminhar ao coordenador de curso: requerimento solicitando a contabilização da atividade, relatório final da atividade, e declaração de carga horária. Todos os documentos devem ser assinados pelo aluno e pelo supervisor/orientador da atividade.
Total de horas semanais: 0 + 0 + 8 = 8
TG2 - Trabalho de Graduação II (Nota 5). Horas semanais: 0-0-8-4.
HUM-20 - Noções de Direito. Horas semanais: 3-0-0-3.
MOE-42 - Princípios de Economia. Horas semanais: 3-0-0-4.
MOG-61 - Administração em Engenharia. Horas semanais: 3-0-0-4.
HID-65 - Engenharia para o Ambiente e Sustentabilidade. Horas semanais: 2-1-0-3.
Total de horas semanais: 11 + 1 + 8 = 20
A IEC oferece as seguintes disciplinas como eletivas de graduação:
A estrutura curricular é revisada anualmente pelo Conselho de Curso (ver Seção 4), frequente- mente em reuniões abertas a todo o corpo docente. Uma vez definida, a proposta curricular é en- caminhada para a Congregação do ITA, para discussão, votação e aprovação.
Os objetivos pedagógicos do Curso atentam para as diretrizes do Conselho Federal de Educação e são permanentemente discutidos na Divisão de Ciência da Computação visando incorporação de avanços científicos e tecnológicos na estrutura curricular.
Assim, a proposta curricular considera as novas demandas em Educação para Engenharia: alta proficiência em Ciências Fundamentais, consciência a respeito de problemas complexos globais, motivação e atitude proativa, e visão integrada da Engenharia. Considerando estas demandas, há um esforço focado em duas vertentes: aumento da participação docente e discente em decisões a respeito do curso e renovação da matriz curricular.
Os seguintes papéis são mantidos para a execução do projeto pedagógico:
Invariavelmente, os resultados das reuniões são divulgados a todos os membros do conselho – e frequentemente aos corpos docentes envolvidos com atividades do curso – após cada reunião, em slides de apresentação contendo as decisões. A participação também resulta de ações coletivas coordenadas pelo coordenador e executadas fora do mero ambiente formal das reuniões.
Um dos objetivos do curso, que consideramos uma diretriz pedagógica, é que o curso não seja um mero transmissor de conhecimentos. O aprendizado deve começar pelo conhecimento, construído em aulas, prosseguir pela aquisição de habilidades agregadas em projetos reais e avançar até treinar atitudes, ou seja, posturas e ações requeridas nas diversas áreas. Desta maneira se configura um aprendizado completo e evoluído passo a passo a partir de conhecimentos e habilidades precisos adquiridos e desenvolvidos ao longo do curso.